A Dismenorreia Primária (DP) é um tema bastante estudado ao longo dos tempos quanto á
prevalência. Contudo, pela complexidade da sua fisiopatologia, fatores predisponentes,
sintomas associados e enfoque no tratamento convencional, ainda não atingiu a sua
maturidade, uma vez que a sua incidência na população têm aumentado gradativamente,
tornando-se necessário aumentar também as possibilidades de tratamento, com menos efeitos
adversos possíveis.
O termo Dismenorreia corresponde a uma cólica
menstrual, caracterizada por dor pélvica na zona inferior do abdome de ocorrência antes ou
durante a menstruação, de modo cíclico.
Como adição á ideia pautada acima, ela representa uma queixa
frequentemente relatada nas consultas ginecológicas, que pela falta de perspetiva de
tratamento, é ignorada tanto pela própria paciente como pelos médicos, fazendo com que
muitas mulheres assumam esta patologia como algo normal do seu ciclo e não procurem
auxílio.
De acordo com o Estudo DISAB (Dismenorréia & Absenteísmo no Brasil), desenvolvido por ginecologistas e publicado na Revista Brasileira de Medicina, a cólica menstrual diminui em até 67% a capacidade de produção no trabalho profissional e na realização das atividades diárias entre as mulheres brasileiras. Isso significa que se em um dia normal uma mulher produz 50 relatórios em sua jornada de trabalho, em um dia com cólicas menstruais este número pode diminuir para até 17. Afinal, o tempo que deveria ser dedicado integralmente a uma atividade, muitas vezes acaba se dividindo com o desconforto e a tentativa de aliviar a dor.
Os números revelam ainda que, mais do que na mulher, o período acaba doendo também no bolso do empresário. Já que, segundo o estudo, a perda de produtividade por funcionária ocasionada pela cólica tem custo médio de aproximadamente um mês de trabalho por ano.
Para evitar estas perdas recorrentes de produtividade devido a esta afeção, é de suma
importância que os tratamentos estejam acessíveis às mulheres e estes apresentem eficácia. Os
tratamentos comumente propostos são por administração de fármacos como anti-inflamatórios
não-esteroides (AINE´s) e anticoncecionais orais (ACO´s). Contudo, segundo Silva e
colaboradores (2007), cerca de 10% a 20% das pacientes com DP não melhoram com os
referidos tratamentos e outras tantas apresentam contraindicação ao uso das mesmas.
AURICULOTERAPIA x DISMENORREIA:
A Auriculoterapia é uma técnica derivada da acupuntura. É um método terapêutico de analgesia e diagnóstico, realizado através da estimulação de
algum ponto específico da orelha, promovendo uma homeostasia psicossomática e têm por objetivo principal a prevenção de doenças e tratamento de sintomas já
instalados.
Muitos pontos auriculares têm sido recomendados para o uso em processos agudos de dismenorreia. Das diferentes combinações e manipulações efetuadas a moxabustão do ponto ÚTERO oferece excelentes resultados, podendo ser utilizado como ponto único ou em associação aos demais pontos auriculares pertinentes.
Em alguns casos, obtém-se a supressão TOTAL da dor e mal-estar geral, em outros é evidente a melhora, independentemente da causa do diagnóstico.
Entretanto, aplicação de cones de moxa neste ponto limitado pode ser difícil e desconfortável. Este problema pode ser resolvido com o uso de uma vareta de inceso de sândalo, artemísia ou cravo, aproximando a ponta a ponta incandescente no ponto em duas ou três ocasiões até deixar um pouco avermelhado o local.
A razão fisiológica energética para a eficácia deste ponto aurilcular é supostamente devida à projeção energética dos Rins no ouvido. Aceitando esta proposição, todos órgãos que estão relacionados com a esfera de ação dos Rins, são majoramente capazes de serem manipulados. O Útero, além de víscera curiosa, depende da atividade dos Rins fundamentalmente, é por isso que seu ponto auricular é especialmente sensível quando está em desarmonia, como no caso dismenorréias.
Mas ainda temos que responder ... por que moxa?
O efeito da moxa é devido a um fenômeno de mutação energética de pequenas doses....
O fenômeno da dor dismenorréica está direta ou indiretamente ligado ao FOGO. Então. Nos processos de mudanças mutacionais que a água é produzida a partir do fogo e vice-versa, intervém doses infinitesimais de cada elemento. Se o processo da dor estiver no seu auge, com o máximo de fogo adicione, na esfera da água (ÚTERO) ... Uma pequena dose nova de fogo ... é o elemento suficiente para produzir a MUTAÇÃO. A mudança de movimento-fogo-dor ... para ... água-calma, sem dor. Acreditamos que esta explicação se encaixa com o espírito do Yin e Yang, que em última análise, são a explicação de toda a fenomenologia do M.T.C.
FONTE:
- CORRAL, Jose Luis Padilla. LA ACUPUNTURA EN LA SENDA DE LA SALUD - 4.140 Casos Clínicos. Miraguano Ediciones.
- LOPES, S. S., Seroiska, M. A., (2013) Auriculoterapia para Analgesia.
- LEITE, M. C. A., Leite. C. A., Machado, R. F. F., Portella, A. S. J. A. R., Simões, B. N. (2008) Dismenorreia: uma visão atual. Trabalho apresentado no 11º Congresso Brasileiro dos Concelhos de Enfermagem.
- DAL MAS, D. W. (2005) Auriculoterapia: Auriculoterapia na Doutrina Brasileira. (1a ed). São Paulo: Roca
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